então quando vais ter filhos?

Quando anunciei que estava à espera de bebé (aqui!), falei na questão da sensibilidade para aquele tipo de perguntas: “então quando é que tens filhos?”; “nunca mais engravidas?”; “não queres mesmo ter filhos?” ou “Estás grávida?” e outros que tais… perguntas típicas de quem acabou de casar ou está há algum tempo casada sem filhos e as pessoas não descansam enquanto o ‘próximo passo’ da relação não acontecer (o que raio é isso do ‘próximo passo’ afinal?? É suposto haver uma ordem das coisas em 2017: ter um namorado, casar, ter o primeiro filho, ter o segundo filho, ter o terceiro filho, ter netos… até isso tudo acontecer parece que os outros não nos deixam em paz). Há pessoas que não querem casar. É preciso respeitar. Assim como há muito boa gente (não têm que ser bichos por isso!) que não quer ter filhos. Há que respeitar.

É preciso ter algum cuidado com estas perguntas, porque podemos estar a tocar num ponto sensível da mulher e do casal. Nem tudo é tão fácil como pensamos e nem toda a gente engravida só de “lavar os dentes com a escova do marido” e as coisas não acontecem quando queremos, mas sim quando têm que acontecer (acredito muito nisto!).

Nunca abordei o tema aqui no blog, porque achei que não havia necessidade, mas também nunca escondi das pessoas com quem falava, porque não há razão para isso, basicamente. Tive alguns anos para conseguir engravidar, sem haver algum problema diagnosticado de ambas as partes.

 Pensei várias vezes na forma como iria abordar este tema aqui no blog, porque: 1) acho super importante falar-se no assunto, sem rodeios, porque não é o fim do mundo, é mais comum do que possamos pensar e é preciso encarar a realidade, por mais dura que seja; 2) não quero que seja uma lamechice (quem me conhece sabe que sou zero lamechas e não tenho muita paciência para pessoas que se fazem de vítima) e não tem que ser, há coisas bem piores e mais graves nesta vida, só depende da perspectiva;  3) é preciso deixar de ter preconceito em relação aos tratamentos de infertilidade (quantas pessoas conheci que tinham vergonha de assumir?? *), quantas conheço que não o fazem porque se sentem diminuídas (what???), quantos casais há por aí que não fazem tratamento (nem diagnóstico, que horror!), porque o marido se recusa a assumir que poderá ter algum tipo de problema (homens, os problemas resolvem-se, deixem-se de m…); 4) é preciso ter fé e acreditar que um dia vai acontecer! E tentar levar a vida numa boa (entendo que nem sempre seja fácil!); pode demorar vários anos (há aqueles casos que se resolvem apenas com um único tratamento) e é importante os dois estarem unidos porque pode ser desgastante.

Foram tantos anos de tratamento, que tenho quase um MBA sobre o assunto! ahah preferia não ter, mas tudo bem. Tudo nesta vida é uma aprendizagem 🙂 por isso é que me sinto também no direito de vos falar sobre este assunto (tenho a certeza que há muitas vozes silenciosas desse lado a sofrer com a infertilidade), acho que pode ser uma ajuda e é única e exclusivamente por isso que falo.

Às vezes não acontece, porque há algum problema de um dos lados: da mulher ou do homem; outras vezes não acontece porque não há nenhum problema em lado nenhum, mas existe a ‘infertilidade inexeplicada’, outras vezes não acontece por ‘falta de sorte’.

Das principais coisas que aprendi nestes anos todos sobre a infertilidade: é uma zona cinzenta na medicina, os médicos agem na base de tentativa-erro (não diminuindo nem tirando o mérito dos médicos  com este comentário, ok?). Não há uma cura milagrosa para todos os casos (nem a FIV! Era bom…). Há muitos casos (e tenho alguns bem pertinho) em que os médicos dizem que ‘é impossível engravidar’ (porque morfologicamente ou por alguma razão acham que sim) e quando deixam de pensar no assunto a ‘coisa’ acontece… ‘deixar de pensar no assunt0’ pode não ser assim tão fácil, mas há realmente pessoas que desistem e de repente, acontece! 🙂

Resumindo: calma minha gente! Não paniquem, não desesperem, não derramem todo um mar de lágrimas cada vez que o teste dá negativo, não troquem de marido porque esse não está a tratar do assunto (a culpa pode não ser dele!), não fiquem deprimidas em casa a comer batatas fritas e chocolates, não deixem de ir às festinhas dos filhos das vossas amigas, não achem que estas coisas só vos acontecem a vocês, porque acontece cada vez a mais pessoas (infelizmente!). Tudo acontece por uma razão e acredito que levar a vida de uma forma positiva é meio caminho andado para se sofrer um bocadinho menos com toda a ansiedade que este tema gera. Fiquem felizes com a gravidez das vossas amigas, aproveitem cada momento intensamente, porque quando os putos nascerem parece que o descanso acabou (e as férias e as noitadas e os copos ahah), sejam felizes com o que têm e não digam mal da vida nem se revoltem. Não vale a pena. As coisas (boas e más) acontecem na mesma, independentemente se têm uma atitude positiva ou negativa.

Não digo isto só agora que ‘está tudo bem’ e tenho o puto cá dentro, sempre pensei assim e isso ajudou-me a levar tudo com mais tranquilidade ou menos desespero (depende do ponto de vista, mais uma vez) 🙂

* várias vezes encontrei pessoas conhecidas na clínica de fertilidade, porque é um problema da sociedade atual. Episódio que me aconteceu numa das milhentas visitas à clínica (onde não se fazem outro tipo de tratamentos!): encontrei uma pessoa que conhecia não muito bem, mas daquelas que dizemos um “olá, tudo bem?” e imediatamente essa pessoa disfarçou, com aquele ar “não sei o que estás aqui a fazer, mas eu vim só medir a tensão, ok???” Estas situações ainda acontecem no Séc XXI? Sabendo que toda agente que frequenta aquela clínica sabe que só se vai lá por uma razão: tentar engravidar ou tentar perceber a razão pela qual ainda não engravidaram. Vai dar ao mesmo…

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82 thoughts on “então quando vais ter filhos?

  1. Mafalda says:

    Adorei Margarida. Obrigada por ter partilhado um pouco da sua história. Beijinhos e tudo de muito bom nessa gravidez, porque é mesmo um estado de graça*

  2. Cristiana says:

    Não costumo comentar posts de blogs mas a sua história e o texto que escreveu foram Inspiradores. Primeiro os meus parabéns pela coragem que teve durante o seu percurso é claro que a gravidez corra pelo melhor( também estou grávida!?). Acredito que tudo acontece por uma razão e que não existe mal que dure para sempre, prova disso é o seu exemplo!Desejo lhe os maiores sucessos é bom trabalho para as duas bloguers!

  3. Mariana says:

    Eu sou um pouco tu 🙂 Infertilidade diagnosticada, 2 tratamentos de microinjecção falhados e a vida continua. Falo disso abertamente, sem rodeios e sem floreados. É a solução para não nos chatearem com este assunto. Uns dias custam mais (na verdade o primeiro dia de menstruação é um bocadinho como levar um murro no estômago, não nego), noutros dias são tranquilos, Deixei de pensar na pressão da idade. Mas às vezes acho que as outras pessoas lidam pior com a infertilidade que nós. As amigas que engravidam ficam um bocadinho acanhadas ao nosso lado e tratam-nos diferente.
    Acredito que quanto mais se fala mais ajudamos a desmistificar a questão e a que outros percam a vergonha.
    Felizmente tenho um marido top que tal como eu leva esta situação com a tranquilidade necessárias e com algum humor quando o barco afunda um bocadinho.
    Temos tanto na vida para agradecer que não devemos desperdiçar tempo a lamentar!
    Parabéns e felicidades neste maior projeto de vida e sejam muito abençoados.

    • Margarida says:

      Totalmente de acordo!!! Eu fiz 2 inseminações e 2 FIV com várias transferências, não há um nº certo de tentativas, como disse os médicos nestas situações funcionam à base da tentativa-erro. O mais importante é ter o apoio do marido – graças a Deus tenho o melhor! 🙂 e levar a vida numa boa, com muito humor mesmo!! As minhas amigas que engravidavam do ar (e tenho muitas! ahah) sempre falaram abertamente da gravidez, sem problemas! Nem queria que fosse de outra forma, sempre encarei tudo de uma forma muito positiva e fiquei sempre no auge com a gravidez das minhas amigas! 🙂 Beijinhos e espero que corra tudo bem! Vai correr 🙂

  4. Sofia Santos says:

    Olá
    Raramente comento blogs, tipo 1/10000, mas ao ler este texto não pude ficar indiferente porque sei como é isso e revejo tudo isso na íntegra!
    Parabéns pela fantástica descrição!
    E mais uma vez Parabéns, pela nova chegada!

  5. Dina says:

    Parabéns pela forma sincera como abordou o tema! Tambem “levei” alguns anos com essas perguntas… Após um longo processo de diagnóstico tive o jackpot de ter corrido bem a primeira tentativa FIV ?
    Muitas felicidades Margarida?

  6. Ines Fragoso says:

    Há quanto tempo não vinha eu comentar o teu blog, hein!? No fundo só venho dizer que tenho orgulho em ser tua amiga e no facto de seres uma inspiracao para tantas pessoas! Beijos e tardes com as amigas!

  7. Soraia Guimarães says:

    Obrigada Margarida por este post, pelas suas palavras e testemunho. É verdade que quem a acompanha tem curiosidades que você não é de todo obrigada a falar e “esclarecer”, mas acaba sempre por ser uma querida quando fala de algo, com um sorriso no rosto e super descontraída.
    Realmente este é um tema demasiado tabu ainda porque, por exemplo, tenho 24 anos nunca tentei engravidar e tenho um enorme desejo de ser mãe mas mais para o fim dos 20 ? Porém nunca pensámos no que puderemos ter de nos deparar, que só acontece aos outros, que a gravidez devia ser como acender um fósforo.
    Beijinhos ☺

  8. Claudia says:

    Olá Margarida. Sou uma daquelas que nunca mas nunca fez comentários em nenhum blog 🙂 mas acho que não há como não comentar. Faço parte do grupo! 🙂 E nunca escondi a ninguém e nem escondo que fiz tratamentos para engravidar. Fiz 6 ICSI. Na 6 consegui! 2 meninas nasceram em 2014 🙂 A Matilde e a Margarida 🙂 que acabaram de fazer 3 anos! Sou feliz. As maiores felicidades para si. Beijinhos.

  9. Sofia says:

    Adorei o comentário porque só quem passa por estas situações sabe o quanto é comum e como as pessoas deviam ter mais cuidado no que dizem. Eu falo por mim que tenho um filho de 5 anos para o qual engravidei num instante e agora estou a tentar à bastante tempo para o segundo. Já abortei duas vezes e agora decidi que temos mesmo de procurar uma ajuda especializada e fazermos pelo nosso futuro.

    Obrigada pelo post que está magnifico!

    Beijinhos

  10. Cláudia Oliveira says:

    Muitos parabéns pela gravidez e pelo belo texto que publicou. Obrigada pela forma transparente e pessoal com que abordou a infertilidade. Muitas mulheres vão-se identificar com o texto e tenho a certeza que lhes transmitiu esperança. Desejo-lhe tudo de bom, muitas felicidades. Beijinhos de uma leitora diária do blog.

  11. Ana Tomé says:

    Margarida,
    Obrigada pela tua partilha e força! A forma como encaramos a vida ajuda-nos a percorrer o nosso caminho de uma melhor (ou pior) forma.
    é bom descansarmos na vida e saber vivê-la um dia de cada vez, pois ela sabe sempre o que faz… 🙂
    Obrigada pela tua energia! é muito bom ler-te.
    PS: muitas saudades dos teus Snaps!

  12. Ana Luisa says:

    Obrigada pelo teu testemunho e muitos parabéns desde já!!!!!

    Acabei de saber que não estou gravida, 1ª tentativa de inseminação artificial, sente-se uma mistura de dor, revolta e porque me esta a acontecer isto?

    Vim reler o teu post, já tinha lido e agora depois de saber o resultado precisava de ouvir as tuas palavras no meu coração.

    Felicidades para tua gravidez:)))

    Ana Luisa

          • Ana Luisa Teixeira says:

            Ai vamos nós para a primeira FIV,,,custa tanto estas hormonas todas, uma pessoa parece que vai desmaiar em qualquer instante, as injecções todas, um mar de coisas que eu não fazia ideia. Tem que se ter muita paciência!
            A Margarida está lindissima, parabéns mais uma vez!

          • Margarida says:

            Espero que corra tudo bem!! Eu já estava cromísima nas injeções! Já nem me custava! Era sempre a aviar! 🙂 Beijinho e tudo de bom!

          • Ana Luisa Teixeira says:

            Muito obrigada Margarida…a minha barriga parece uma esponja onde fazia picotados em pequenina;)
            O que vale é que cada ciclo não dura nem um mês…Beijinhos!!!

          • Ana Luisa Teixeira says:

            Desculpa o abuso, mas não conhece ninguem a fazer o tratamento, uma pergunta, duas:
            Que alimentação aconselhas fazer durante o processo?
            E dps da fiv, ficaste a descansar em casa? Nisto estou mesmo dividida….já li quem fica dois, três dias e outros duas semanas;)

            Muito obrigada! Espero não chatear muito mais!

          • Margarida says:

            Depois da FIV fiquei sempre dois dias em repouso em casa, duas semanas não faz sentido nenhum! Antes disso sabemos o resultado… mas também pode depender do estado clínico de cada pessoa, não sou médica 🙂 A mim sempre me disseram que dois dias eram suficientes e também nunca fiquei em repouso absoluto, ficava a trabalhar no sofá mais esticada e tal, sem grandes esforços. Em relação à alimentação, no último ano mudei muita coisa: alimentação mais saudável (e de 3h em 3h), exercício regular e não posso garantir que tenha sido esse o “truque” para resultar, mas a verdade é que funcionou. Na minha cabeça precisava de me livrar daquelas hormonas todas de tantos tratamentos e daqueles químicos todos e o meu detox foi exatamente esse: alimentação saudável + exercício físico 🙂 Espero ter ajudado, mas alguma questão cá estou 😉 Beijinho e tudo de bom!

          • Ana Luísa says:

            Muito obrigada! Os teus comentários são uma lufada de ar fresco para mim;) dão mesmo muita esperança!

        • Ana Luisa says:

          Mais uma travessia no deserto…mais um vazio, um sentimento que só que pensa sente….uma estranha sensação de culpa sem culpa. Neste momento vamos parar, já vão 4 tratamentos o 1º fiv….estou a adorar ver a gravidez da Margarida, é bastante inspiradora volto a frisa e dá-me imensa força!!!!!

          Beijinhos!

          • Margarida says:

            Ânimo! eu fiz 7 tratamentos e tenho amigas que fizeram menos, mas também tenho amigas que fizeram mais… vai correr bem, tenho a certeza! 🙂 Beijinhos e força nisso!

          • Ana Luisa says:

            Duro, duro, duro….mas vamos continuando o caminho e um dia vai acontecer:)))

            Muito obrigada mais uma vez pelas palavras Margarida.

            O teu baby vai ter uma mãe fantastica!!!!

  13. Inês Mansos says:

    Princesaaaa lindona ❤ texto ?? é assim mesmo, a vida é muito boa de se viver, vamos tendo obstaculos na vida, mas por acreditarmos, lutamos muito e chegamos lá sempre ?❤ GOOD VIBES ALWAYS. Beijooo gigante e vais ter ai um pilas todo fashion, eheheh ?❤❤❤

  14. Catarina says:

    ? Parabéns pelo bebé, e também por este post.
    Eu faço parte do grupo mais pequeno de mulheres que não tem filhos porque não quer. Nunca senti vontade de ser mãe, e sempre disse que não avançaria para um passo desses sem sentir essa vontade (conheço pessoas que avançaram só porque é o “próximo passo” tal como a Margarida refere).
    Sempre falei do assunto de forma muito aberta, como acho que deve ser, e sempre lidei relativamente bem com os comentários. Mas à medida que me fui aproximando dos 30 (estou agora com 32) tornou-se cada vez mais complicado… As pessoas são quase sempre inconvenientes, muitas vezes mal educadas e algumas chegam mesmo rudes… há pessoas que perguntam mesmo de lata “então quando engravidas?! (sogros, cof, cof). Torna-se muito difícil lidar com as críticas e comentários depreciativos sobre a minha escolha, por muitas razões, mas acima de tudo porque eu não escolho não ter vontade de ter filhos, simplesmente não a tenho… As vezes gostava de ter, gostava de sonhar com uma “familia” no sentido tradicional, mas não sonho… e não há nada de errado nisso! Não sou menos mulher, não sou má pessoa, não tenho um coração de pedra, sou só uma pessoa que não sente vontade de ter filhos.
    Peço desculpa pelo desabafo, mas gostava que as mulheres compreendessem isto (infelizmente a maioria dos comentários desagradáveis que ouço são de outras mulheres, o que ainda me deixa mais triste) e compreendesse que as suas perguntas e comentários, ainda que bem intencionados, magoam muito e muitas vezes ofendem.

    • Margarida says:

      Realmente as pessoas conseguem ser muito cruéis umas com as outras. Não vejo mal nenhum numa mulher não querer ser mãe. Conheço algumas nessa situação e não são piores pessoas por isso! Simplesmente, como disse, não sentem essa vontade, é legítimo e cada um sabe de si 🙂 Beijinhos e tudo de bom 🙂

  15. Cátia Colaço says:

    Aconteceu-me a mim! Passaram 5 anos nunca pegou, mas também nunca houve aquela obrigatoriedade do “hoje temos mesmo de fazer amor, porque estou naqueles dias”! Quando resolvemos avançar para as consultas de infertilidade para ver se existia alguma questão para desbloquear, simplesmente aconteceu e segunda feira a minha bonequinha faz 4 semanas! Graças a Deus não passamos por nenhum processo de tratamentos desgastantes fisicamente para a mulher, mas as perguntas e pressões inconvenientes da sociedade muitas vezes abalaram! Beijinho e obriga por abordares o tema!

  16. Ana Pereira says:

    Muitos parabéns!!! Sei tão bem o que isso é… sempre encarei na perspectiva do que o que tem de ser será e depois de tentativas frustadas e de uma bem sucedida com um único ovocito, consegui o meu milagre chamado Maria Luísa. Olho para a minha pequenina e emociono-me tanto, sou tão feliz porque a tenho e agradeço a Deus todos os dias por isso. Mas se nunca a tivesse conseguido faria o que sempre fiz: tentar sempre com um sorriso até não dar mais e encarar que a vida é mesmo assim, o que tiver de ser nosso será e agradecer muito pelo que já tenho e não pelo que podería ter. Quando me perguntavam para quando o bebé respondia que queria tanto que ela ou ele viessem para mim mas se ele ou ela não querem eu infelizmente não podia obrigar. Tentava colmatar um pouco da minha tristeza com algum sentido de humor ? Mas nestas tentativas sempre com um sorriso, afinal está vida é uma passagem e se andamos por cá temos de aproveitar! Tudo de bom para si e sei como vai valorizar cada sorriso, cada toque do seu bebé que antes de nascer foi tão desejado.

  17. Lara lopes says:

    Margarida hoje estas palavras entraram no meu coração e senti cada uma delas como se de mim se tratava. Ainda aguardo que a vida me brinde com essa dádiva e vou iniciar em breve o 2° tratamento. Tenho muita pena deste assunto não ser muito falado, pois sinto muitas vezes falta de falar com quem entende bem o que é passar por este processo. Felizmente sempre tive o apoio do meu marido, mas às vezes faz falta a parte mais ‘sensivel’ da mulher.
    Obrigada pela partilha e desejo- lhe toda a felicidade que tanto procurou 🙂

    • Margarida says:

      Olá Lara! Espero que corra tudo bem!! Só me safei depois do 7º tratamento, mas tenho amigas que conseguiram logo ao primeiro ou segundo. O importante é não desistir, quando precisar de conversar sobre isso, cá estou 🙂 Beijinho e tudo de bom! 🙂

  18. Ana says:

    Margarida, antes de mais muitos parabéns! Que dádiva magnífica!
    Poderia dizer onde foi seguida? Iniciei agora o processo para tratamentos (ainda apenas com estimulação) no British, mas confesso que sinto a médica muito “cabeça no ar” e sinto-me pouco acompanhada e pouco esclarecida (no fundo não é só ir lá levar injecções e vir embora)!!
    Um beijinho e tudo a correr bem!
    Ana

    • Margarida says:

      Olá Ana! Espero que não seja com a Dra. Madalena Barata… tive uma experiência péssima com ela (e outras amigas também), mas enfim… Fui seguida na IVI, mas antes de começar os tratamentos ainda tomei o Define, etc
      Beijinhos e tudo de bom 🙂

      • Ana says:

        Obrigada Margarida!
        É mesmo com ela… alertaram-me para o facto de não ser muito “afável” mas inicialmente nem me preocupei muito, no fundo queremos apenas que as pessoas sejam eficazes e profissionais. Mas quando nas consultas não nos dão atenção nem grandes esclarecimentos, e temos um problema e nem conseguimos contactar… já se torna demasiado arriscado. Especialmente nestas situações não gostamos de nos sentir apenas mais um número!
        Um beijinho!

        • Margarida says:

          Os médicos não têm que ser simpáticos, mas sim competentes 🙂 não me incomodava o facto da Dra. Madalena set mais despachada, até preferia! Mas a negligência é algo muito grave, especialmente numa profissão destas… enfim! Espero que corra tudo bem 🙂 beijinho

  19. Isabel Miranda says:

    Muitos Parabéns pelo testemunho Margarida. É reconfortante ouvir testemunhos destes. A realidade é essa, a vida não é perfeita nem nunca será, Cada vez tenho mais a certeza que existem momentos certos para tudo, e acontecem quando menos esperamos.
    Parabéns pela gravidez, que corra tudo pelo melhor.
    Um beijinho

  20. Ana Magina da Silva says:

    Desde já felicitamos a iniciativa da publicação deste Post só assim conseguimos desmistificar esta problemática tão actual e ao mesmo tempo intemporal tentando ajudar e chegar sempre a quem mais necessita de apoio nesta fase de vida, que muitas vezes é calada no seio do casal não só gerando grande sofrimento como abala grandes projectos de vida, que para todos nós são sentidos como valiosos e que sem dúvida valem sempre a pena!
    Antes de mais a Infertilidade deve ser encarada como um problema do casal e não só da mulher ou do homem.
    Da minha experiência no trabalho com casais e já lá vão 7 anos, fui encontrando muito sofrimento espelhando sentimentos de angustia, culpa, desespero e sobretudo de desvalorização.
    Consegui perceber que ainda existe muito preconceito, estigmatização e negligencia com a parte emocional e psicológica destes casais que acompanho, e uma certa tendência para esconderem o assunto da infertilidade da família e amigos.
    Ao longo dos anos fui investigando esta área, numa abordagem de intervenção psicológica em infertilidade investindo num programa de acompanhamento que possibilita a todos os casais terem um suporte complementar com os ciclos de tratamento, sendo que é essencial esta articulação tendo em vista o sucesso da gravidez.
    Através do programa desenvolvido pela PsicoFértil na área da Infertilidade tendo por base a psiconeuroimunologia tentamos perceber de que forma, tanto os pensamentos como o sentir das pessoas muitas vezes mascaram situações passadas bloqueando expectativas e a própria resiliência da mulher face à vivência da Infertilidade e maternidade.
    Através do trabalho desenvolvido em consultório explora-se a dinâmica que existe entre a associação do pensar e do sentir avaliando detalhes que permitem desbloquear situações onde se vivência a culpa, ansiedade e a frustração, ajudando o casal a criar estratégias para gerirem de melhor modo o stress a que estão sujeitos.
    Sabemos que os aspectos psíquicos constituem um forte potencial para canalizar sentimentos que muitas vezes regulam não só o sistema neuroendocrino como ajudam a parte imunológica do organismo, gratificando a possibilidade de restabelecimento do funcionamento do sistema reprodutor.

    Ao longo do tempo com o passar dos meses, dos anos o nosso corpo tende a somatizar os nossos desejos, frustrações, impotência e angústia.
    Acaba por ser um “Mix” de emoções que se misturam e nos baralham e que por momentos nos paralisam, retirando a esperança da concretização de um sonho, de um querer, que para muitos deveria ser conseguida de forma natural e espontânea, só porque a gravidez na maioria dos casos é a uma das leis do ciclo natural da vida ou porque simplesmente somos livres, até ao momento, nas decisões das nossas escolhas.
    Em determinado momento da vida de um casal, quando a infertilidade assola a sua intimidade, torna-se inevitável verter as emoções que ao longo do tempo vão sendo abafadas, privadas e bloqueadas em todos aqueles que desejam serem pais.
    Actualmente parece ser cada vez mais difícil ter filhos, quando se quer e com quem se quer, acaba-se por comparar esta premissa a um desafio, que nem sempre se apresenta como um caminho fácil de trilhar para muitos casais, o de dar continuidade à extensão de nós próprios.
    A incapacidade para conceber de forma natural, assim como os tratamentos de reprodução medicamente assistida, podem gerar stress, ansiedade e em alguns casos, emoções como vergonha, raiva, culpa que escondem a manifestação de um índice depressivo, pelo desgaste emocional a que o casal está exposto.
    Não só os tratamentos são bastante invasivos como a família mais próxima ainda que de forma não intencional acaba por tocar e ferir susceptibilidades emocionais naquele homem ou mulher, sendo que isso mesmo tornará preponderante a evidência de ansiedade e expectativa sobre aquele tratamento, invadindo por vezes intimidade do casal, talvez por isso mesmo, muitos dos casais prefiram escolher o sigilo para sua protecção.
    Até porque tanto o homem como a mulher possuem diferenças na vivencia do impacto da infertilidade na sua vida. Se por um lado a mulher tende a procurar o máximo de informação e trocar impressões com técnicos especializados, amigos e familiares, abrangendo o máximo de informação fidedigna, tanto quanto ela possa reter, já o homem na sua maioria vivencia a infertilidade de forma mais introspectiva e por vezes isolada, não expondo tanto a sua impossibilidade para resolver um problema que lhe custa aceitar e que muitas vezes coloca em causa a sua virilidade e capacidade reprodutiva.
    Por último cabe-me acrescentar que os casais ao saberem da existência de um acompanhamento psicológico especializado em Infertilidade, certamente encontrarão maior apoio, segurança emocional e consequentemente tenderão a encontrar melhores estratégias para saberem lidar com as dificuldades encontradas, durante o processo de tratamento com outra confiança e maior determinação.
    Obrigada pela possibilidade de participação e partilha, continuem a agarrar sonhos Férteis!

    Ana Magina da Silva
    psicofertil@gmail.com
    Psicóloga Clínica especialidade em Infertilidade

  21. Teresa Gellweiler RP says:

    Mags
    Nunca comentei nada no teu blog mas tinha que te dizer que estou mto orgulhosa de ti, por ti, de ser tua amiga!
    Bj grande

  22. Ana Luísa says:

    Ola!!!! Finalmente conseguimos….até perco a conta dos tratamentos, dois ia e três fiv…estamos muito contentes! Estou grávida de 6 semanas de gémeos:))) obrigada pela inspiração!!!! O teu menino é lindo!

  23. Ana Luísa says:

    Obrigada!!! ainda a começar com os medos iniciais…acredite que nesta fase toda a Margarida ajudou muito! e para acrescentar que está radiante e linda:)beijinhos!

  24. Joana says:

    Venho aqui reler o teu post cada vez que me sinto em baixo… tenho exactamente o mesmo que tu. Está tudo bem no entanto nem “colando” ele pega. E já foram 3 e os médicos não tem qualquer explicação. É tudo à base de tentativa erro. Passei anos a fazer tudo para não engravidar quando no fundo não podia. Ninguém me educou na ciência complexa que é a arte de engravidar nem ninguém me explicou que a pegue dos 35 a fertilidade cai brutalmente. Tudo bastante irónico. Enfim, todos os dias me pergunto porquê eu? E por isso encontrar o teu caso igual ao meu me anima, saber que posso vir a ter um final feliz anima:) Obrigada pela partilha ?

  25. Marta says:

    Olá a todas e olá Margarida

    Também estou a passar pelo mesmo e, sinto-me um pouco como a Joana, ninguém me explicou que a fertilidade cai abruptamente a partir dos 35 anos. Aliás, muitas foram as vezes que a minha médica de familia me disse para não me preocupar com a idade e dava-me o exemplo dela mesma, que teria sido mãe aos 42 anos. Acontece que, cada caso é um caso, e se são muitas as mulheres que, atualmente, conseguem engravidar a partir dos 40, maior é a percentagem de mulheres que não o consegue. É esta a realidade. Aliás, independentemente da idade, são cada vez mais as mulheres que vivem esta realidade, que, quando não vivenciada com o mínimo de serenidade, nos consegue toldar o juízo e a calma.
    Até à data fiz uma inseminação e uma FIV sem sucesso. Também eu, ou o meu marido, não temos, aparentemente, qualquer problema. Segue-se uma TEC em setembro. Veremos no que vai dar.
    Quanto aos comentários alheios, ainda antes de tentar engravidar, ou pensar sequer em ter filhos, já era qualquer coisa que me desagradava. Afinal de contas, acho que nunca coloquei essa questão a ninguém, é algo muito pessoal, portanto, perguntarem-me a mim, sempre foi qualquer coisa de muito intrusivo. Não há muita paciência para perguntas como: “E então, novidades??”; “Então e bebes??”; “Olha a idade!”
    Desculpem?? Como assim? Mas desde quando tenho que dissertar sobre a minha vontade de ter filhos, sobre a minha intimidade, a minha vida pessoal, a minha vida de casal? Que falta de noção.
    À Joana e a todas as mulheres que aqui deixaram o seu testemunho, estou com vocês e estamos juntas nesta caminhada.

    • Margarida says:

      As pessoas tem muita falta de noção mesmo! às tantas eu já dava por mim a responder às pessoas “se calhar não quero ter filhos e então?” Era remédio santo para se calarem e acocharem! As pessoas adoram opinar, sem saber o que se passa na vida dos outros… enfim! Espero que corra tudo bem, Marta! Partilhei esta experiência porque não tem que ser um tema tabu e é (infelizmente) é muito comum. Beijinhos

  26. Marta says:

    Margarida

    É uma grande verdade! Já dou por mim a dizer que não quero ter filhos pra não me massacrarem a cabeça e, pasmem-se, as reações a esta resposta já foram as piores, desde: “Que horror Marta, nem me lembro da minha vida sem filhos!” ou “Uma mulher sem filhos não é mulher!”, como quem diz, antes, eu não tinha vida, não era ningém. Basicamente, este tipo de mentalidades resume-se a isto, a formas de ver a vida muitissimo medíocres. Margarida, acredito que o tema infertitlidade acabe por ser também um tema tabu precisamente, por causa deste tipo de opiniões, que são verbalizadas sem qualquer tipo de reflexão e com uma grande dose de ignorância. É por esta razão que, para além dos pais, sogros e irmãos, pouquissimos amigos sabem deste problema.
    Um grande beijinho
    PS. O agosto, será para esturricar ao sol e repor os níveis de Vitamina D, tão importante neste processo 🙂

    • Margarida says:

      Que comentários mais ridículos!! Parece que tudo gira à volta dos filhos, calma!! Não stresses com esses comentários, não vale a pena! Repõe aí a vitamina D e depois do verão voltam a pensar no assunto 🙂 Vai correr bem, tenho a certeza! Beijinho grande e tudo de bom! 🙂

  27. Rita torres says:

    Só agora vi o teu post e identifiquei me tanto com ele…estou a passar por isso .Detesto quando estão sempre a perguntar e agora que a minha irmã mais nova engravidou aumentaram o número de perguntas que nao gosto de responder.ja tive situações em que parece que espetam a faca e rodam se e que me entendes.existem dias que nao estou preocupada com isso mas existem outros em que me fazem essas perguntas e só me apetece chorar…

    • Margarida says:

      O que eu fazia, para despachar o assunto com essas pessoas a quem não me apetecia estar a contar tudo era “ainda não tenho, porque ainda é cedo” ou às vezes, só porque me estavam mesmo a irritar dizia mesmo que não queria! ahah era remédio santo: nunca mais me perguntavam! 🙂 Vai correr bem, tenho a certeza! Beijinho e tudo de bom!

  28. Vanessa Pantaleão says:

    Não sabia da sua história, percebi hoje no Instagram e tinha de vir ler o post no blog.
    Antes de mais parabéns pela maneira como abordou o tema. É realmente muito comum nos tempos que correm as mulheres terem problemas com a fertilidade e mais do que uma sociedade pouco desperta e sensível a esse assunto é termos as pessoas que supostamente nos conhecem bem a dizer quase diariamente que o problema é estarmos sempre a pensar nisso… Se as próprias têm necessidade de desvalorizar o assunto, acreditem que que passa por ele tem ainda mais!!!
    Eu também acredito que tudo tem o seu tempo e enquanto o meu tempo de ser mãe não chega, criei um blog com uma amiga.
    O título é Eu Sim, Tu Não sendo eu o não (também na maternidade) e fazer crescer este fruto tem-me estimulado e distraído mais do que podia imaginar! Só ainda não o suficiente para conseguir escrever sobre o tema.
    Quem sabe um dia…
    Tudo a seu tempo!

    Obrigada ?
    V.

    • Margarida says:

      O falar abertamente sobre os temas pode ajudar mas depende, claro, da personalidade de cada uma. Temos que saber respeitar quem prefere não tocar nesse assunto, cada uma encara as suas dificuldades de forma diferente 🙂 Beijinho e tudo de bom!

  29. Helena says:

    Aqui, pessoa numa relação há 20 anos mas não casada, sem filhos, cuja profissão a obriga a estar longos períodos ausentes, deixando o homem (coitado!) sozinho a ter que tratar de si e, quando esta pessoa está por cá, ainda ousa pensar fora da caixa e tomar decisões, hum… vá, inexplicáveis e inaceitáveis às mentes daquelas criaturas sem noção. O curso urge! Mas estou mais do que vacinada e se há coisa que a idade traz é alguma sabedoria e confiança (não é só ruguinhas e cabelos brancos!).

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