E para melhor responder falámos com a Dra. Joana Nobre, que sempre nos ajuda! 🙂
Como o verão nunca mais chega, mas a nossa pele já pede outras cores, vamos lá perceber se o autobronzeador pode ou não ser o nosso melhor amigo este ano.
Para esclarecer algumas das ideias acerca deste tipo de cosméticos, importa perceber como se pigmenta naturalmente a pele e, ainda, como atuam os autobronzeadores.
A melanina é um pigmento acastanhado responsável pela coloração cutânea. É produzida pelos melanócitos, células que se encontram em vários órgãos e que na pele estão na camada mais profunda da epiderme (sendo esta a camada mais superficial da pele).
A melanina é um escudo essencial, natural das nossas células e, consequentemente, da pele pois tem um papel fotoprotetor: absorve as radiações UV, protegendo também o núcleo das nossas células. A quantidade de melanina produzida está diretamente relacionada com a exposição ao sol. Efetivamente, quanto mais a pele é exposta aos raios solares, mais a produção de melanina é importante para proteger o organismo contra as radiações nocivas do sol.
Nas nossas células, a melanina é repartida aleatoriamente mas, aquando da exposição solar, migra lentamente (cerca de 45 minutos) para se posicionar sobre o núcleo, como que para o colocar à sombra. Este fenómeno está na origem da manifestação cutânea temporária denominada bronzeado.
Existem dois tipos de melanina: eumelanina (castanha-preta) e feomelanina (amarela-vermelha). A sua repartição varia consoante os indivíduos e condiciona o seu fenótipo ou fototipo cutâneo.
No caso das manchas castanhas, melasma ou cloasma (gravidez), ocorre uma alteração na produção de melanina por parte do melanócito, portanto, uma alteração que ocorre profundamente na epiderme e que consiste num aumento da produção do pigmento. Os autobronzeadores não promovem a formação de melanina, não afetam o melanócito e, por estes motivos, não induzem a formação de manchas castanhas.
A aplicação de autobronzeador permite obter um bronzeado natural ao longo de todo o ano, sem exposição ao sol. O componente mais eficaz e mais usado nos autobronzeadores é a dihidroxiacetona (DHA): um açúcar simples e incolor.
A DHA atua nos queratonócitos da camada córnea da pele. Ocorre uma reação química entre a DHA e os aminoácidos presentes. A oxidação destes aminoácidos pela DHA dá origem aos pigmentos designados melanoidinas que provocam o escurecimento da cor da pele, dando assim a ilusão de bronzeado.
Há autobronzeadores que associam outros componentes à DHA para otimização dos tons finais obtidos, nomeadamente a eritrulose, que é também um açúcar.
Quando se utiliza um autobronzeador, este provoca então uma coloração na superfície da epiderme. Esta reação de coloração dá um aspeto bronzeado à pele mas não constitui uma proteção contra a radiação UV.
Um autobronzeador não precisa, mas pode ter cor.
Assim sendo, quando se pergunta se um autobronzeador está contraindicado em pessoas com manchas castanhas, a resposta é NÃO.
Os autobronzeadores limitam-se a fazer uma ação superficial e não têm qualquer ação na pigmentação melânica envolvida no melasma. Por aumentar o tom da pele, pode até ajudar a camuflar as manchas, uma vez que aproxima os tons da pele e da mancha circundada.
Suspensa a aplicação do autobronzeador, a cor começa a desvanecer mais ou menos a partir do 2º dia em que ocorre a supressão do uso da DHA, desaparecendo completamente por volta do 8º ao 14º dia. Este período varia de pessoa para pessoa pois está associado ao tempo de renovação celular, ou seja, ao tempo que as células mortas superficiais da camada córnea da pele levam para se destacar e cair.
O esfoliante mecânico vai remover o excesso de células mortas e deixar a pele uniforme. É essencial para evitar manchas. Devemos ter atenção às zonas mais hiperqueratinizadas, tais como os cotovelos e os joelhos, que por possuírem maior concentração de queratina, podem ficar mais escuras.
Assim sendo, recomendo que façam esfoliação mecânica na véspera de começarem a aplicar o autobronzeador. E, depois, uma vez por semana como manutenção, para otimizar o espalhamento do produto. Idealmente, seria muito bom aplicar um hidratante após a esfoliação para que no dia seguinte a pele estivesse bem hidratada e a aplicação do autobronzeador fosse bem sucedida.
Convém escolher uma altura do dia em que se esteja com tempo, para poder espalhar tranquilamente e bem o produto. Aplicar o autobronzeador da forma mais homogénea possível para que não fiquem zonas esquecidas.
Podem optar por fazer a aplicação no sentido ascendente, dos pés ao pescoço. E, por último, os braços. O rosto exige um produto específico que deverá ser aplicado até às raízes dos cabelos.
As palmas das mãos podem ser lavadas logo após a aplicação, com cuidado para não retirar o produto que foi aplicado nas costas das mãos. Banho, só depois de 12 horas para ter a melhor reação do autobronzeador. Para nos vestirmos, devemos esperar 20 minutos, para que não haja arrastamento de produto, o que acontece sempre que vestimos roupa demasiado justa sem deixar o produto ser absorvido.
A cor aparece cerca de 3 horas após a aplicação então, repita diariamente o processo até atingir o tom desejado. Quando obtiver este tom, dê um intervalo de 2 a 3 dias e passe novamente o produto num único dia para a manutenção da cor.
O tom obtido depende do produto e do tom de carnação de cada um. A sua manutenção depende do grau de renovação da pele. Com o tempo, cada pessoa encontra o seu ritual ideal. Não é difícil!
Há autobronzeadores espcecíficos para o rosto e devemos privilegiar estes mesmos para a zona do rosto e do pescoço.
Os cuidados de rosto têm texturas específicas e fórmulas adaptadas. Para máxima agradabilidade e melhores resultados, optar sempre por respeitar as zonas de aplicação.
Espero que tenham gostado desta explicação detalhada e que as vossas dúvidas tenham sido esclarecidas! 🙂
Grande post mesmo!
A Dra. Joana ainda por cima é tão gira que inveja! Quem me dera saber essas coisas todas e ser assim linda
Beijokas e continuem o vosso excelente trabalho girls 😉
Beijoka
Ma
Olá!
Surgiu-me uma dúvida após a leitura deste post.
Tendo uma mancha castanha na testa provocada pelo sol (e portanto com cor mais escura do que o resto da cara), ao aplicar o autobronzeador essa zona não ficará também mais escura do que o resto? Qual o segredo para uniformizar os tons?
Obrigada!
Susana
Olá Susana, acho que a Dra. Joana explicou bem no texto do post. O facto de aplicarmos autobronzeador em cima da mancha não faz com que esta escureça:
“Os autobronzeadores limitam-se a fazer uma ação superficial e não têm qualquer ação na pigmentação melânica envolvida no melasma. Por aumentar o tom da pele, pode até ajudar a camuflar as manchas, uma vez que aproxima os tons da pele e da mancha circundada.
Suspensa a aplicação do autobronzeador, a cor começa a desvanecer mais ou menos a partir do 2º dia em que ocorre a supressão do uso da DHA, desaparecendo completamente por volta do 8º ao 14º dia. Este período varia de pessoa para pessoa pois está associado ao tempo de renovação celular, ou seja, ao tempo que as células mortas superficiais da camada córnea da pele levam para se destacar e cair.”
Beijinho,
Margarida
olá gostaria de saber se o mesmo se aplica ao caso de tomar capsulas autobrozeadores por exemplo da oenobiol. quero começar a tomar dado que vou estar uns tempos em caa sem apanhar sol. mas tenho um pouco de melasma na testa e tenho receio que seja prejudicial
Olá Cátia, o melhor é confirmar com a dermatologista, mas penso que esse género de cápsulas não estimulam a produção de melanina, de forma a aumentar as manchas na pele; antes pelo contrário, porque uniformizam o tom da pele. De qualquer forma, não inicie nenhum tratamento sem confirmar com a dermatologista, que é quem a vai aconselhar melhor!
Olá! Eu gostaria de saber se quem tem manchas brancas, a leocodemia gutata, o bronzeamento cobre?
Olá Márcia, acho que o autobronzeador não cobre, mas aconselhe-se com o seu dermatologista, é o melhor 🙂