É talvez das perguntas mais frequentes que me fazem, quem está a pensar começar com tratamentos de fertilidade: quanto custa?
Como tenho dito a todas as que me têm abordado sobre este tema, os valores dependem de vários factores:
– local onde fazem o tratamento. Fazem-se tratamentos no Público, porém, o tempo de espera pode ser muito. Não sei quanto tempo, mas o vosso médico há-de informar melhor, com certeza. Há várias clínicas privadas a fazer tratamentos de fertilidade, só posso falar da experiência de uma delas, a IVI. Antes que pensem que a referida clínica me pagou para falar o que quer que seja, pensem que estes posts foram pedidos por vocês e que estou a falar da minha experiência pessoal, para tentar ajudar quem possa estar a passar pelo mesmo. Se apenas fiz tratamentos numa clínica, não posso falar nem bem nem mal de todas as outras que existem.
Escolhi a IVI, porque me foi recomendada por algumas pessoas próximas que tinham passado por todo o processo com sucesso. Se é a clínica perfeita? Se solucionam o problema em três tempos? Claro que não! Por todas as razões que expliquei no último post. Fui seguida pela Dra. Tatyana Semenova e tanto a Dra. como toda a equipa foi sempre impecável comigo! A minha razão de queixa é o “Boa sorte” que todos dizem no final de cada consulta… dava-me uns nervos que não vos passa! ahah A sério que me passava, pensava sempre “se eu quiser ter sorte, jogo ao Euromilhões!” mas também não sei se o mesmo acontece nas outras clínicas.
– tipo de tratamento que fazem. Há tantos tratamentos que podem ser feitos, que não serei a pessoa mais indicada para explicar todos eles, mas vou tentar simplificar: podem tomar uns comprimidos para estimular a ovulação e engravidar facilmente; podem ainda fazer uma inseminação, que consiste basicamente em inserir os espermatozóides no útero no auge da ovulação ou podem fazer uma FIV, que de uma forma muito resumida e simplificada (já sabem que gosto de simplificar!), funciona assim: estimula-se a ovulação com injeções, quando o endométrio está pronto e a ovulação no auge, a mulher é sedada retirados os óvulos. Os espermatozóides são retirados do homem, fecundam os óvulos cá fora e os óvulos já fecundados são transferidos para o útero quando o médico achar que é a altura mais indicada (podem ser transferidos “a fresco” ou congelados e transferidos mais tarde).
ATENÇÃO! Todos estes procedimentos devem, obviamente, ser feitos sob vigilância médica! A hiperestimulação pode ser grave e não se brinca com a saúde, ok?
Não é um tratamento barato! Aqui podem ter uma pequena noção dos valores, mas acredito que em qualquer clínica vos entreguem um orçamento de acordo com o vosso caso.
Se se inscreverem na Associação Portuguesa de Fertilidade, têm desconto nos tratamentos (acho que 5% ou 10%, confesso que já não me lembro!) e também nos medicamentos.
Este tipo de tratamentos uma disponibilidade financeira que, infelizmente, nem toda a gente tem. Não devia ser assim, deviam ser tratamentos comparticipados. Ninguém anda a fazê-los só porque não tem mais nada para fazer…. enfim!
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Olá, Margarida. A infertilidade envolve, de facto, custos elevados (monetários e emocionais). Como referiste, existem várias possibilidades de tratamento (em função da problemática do casal) e vários locais para a sua realização (público e privado). O problema do público prende-se com a lista de espera (mais ou menos longa, dependendo do hospital) e com a limitação do número de tratamentos. O problema do privado é a fatura que se paga. Para além do procedimento em si, a medicação também não é propriamente barata. Acrescento que quando se reside num espaço insular, como eu, as dificuldades parece que se amplificam. Fiz o meu tratamento (uma ICSI) no CETI, no Porto. Felizmente, engravidei no primeiro tratamento, na sequência da transferência de dois embriões, os únicos que conseguimos. Se quisermos tentar um segundo filho, teremos de fazer todo o percurso, de novo. Em relação ao comentário relativo à sorte, a verdade é que ela também é precisa. :/ Nada está garantido e nem tudo está perdido, mesmo em questões relacionadas com a ciência/medicina.
Olá Mónica, de facto os custo tanto emocionais como financeiros… e a medicação também não é nada barata, é verdade! Também me falaram numa clínica muito conceituada no Porto, confesso que não me lembro o nome, mas conheço alguns casos de amigos que tiveram sucesso aí 🙂 Que bom que correu tudo bem à primeira! Comigo só funcionou depois de 7 tratamentos, mas cada caso é um caso… claro que a sorte ajuda, mas irrita um bocadinho estarmos sempre a ouvir isso, de profissionais de saúde que, supostamente, estão ali para resolver o problema… nada está garantido, e não é, de todo, uma ciência exacta, mas o “boa sorte” sempre me irritou especialmente! Beijinhos e tudo a correr bem!
Olá Margarida, realmente o Boa Sorte cansa muitas vezes. Eu fiz os meus tratamentos em Coimbra no público, e até ser chamada para a primeira consulta esperei apenas 2 meses. Neste momento estou grávida de 2 meses e este foi o meu terceiro tratamento. Três FIV, duas delas após ter feito hiperestimulação. Mas confesso que passava por muito mais só para poder me sentir assim, como estou agora. Eu relação aos outros sítios não sei como funcionam mas em relação a Coimbra devo de confessar que são todos cinco estrelas, desde as enfermeiras, auxiliares e médicos.
Muito obrigada por falar sobre este assunto, de uma maneira descomplicada.
Que bom, Mafalda! Desejo que tudo continue a correr pelo melhor 🙂 Beijinhos