Não é novidade que me tenho focado muito no que de melhor se faz em Portugal.
Há cada vez mais marcas nacionais com uma enorme qualidade. Não é segredo para ninguém que temos uma indústria têxtil muito forte, com uma mão de obra especializada e de elevada qualidade.
Há uns tempos fiz um questionário no meu instagram e algumas questões tinham exatamente a ver com o consumo nacional e muitas de vocês disseram que não consomem mais marcas portuguesas, porque acham os preços caros demais.
Hoje queria falar sobre este tema, porque o caro e o barato, antes de mais, é subjectivo. Depois, há alguns factores a ter em consideração antes de assumir que a marca X ou Y está a vender a preços desajustados:
– É muito difícil (diria, até, impossível) uma marca pequena ter preços que possam competir com uma marca de Fast Fashion (Zara, H&M, Mango, etc), por várias razões: as quantidades que produzem não são as mesmas e todas sabemos que, quando se produz em grande escala, os preços são muitíssimo mais competitivos.
– Apesar de muitas peças da Zara ou outra marca de Fast Fashion ser “made in Portugal”, continua a existir a economia de escala, ou seja, compram tecidos em quantidades astronómicas, produzem em quantidades igualmente enormes e isso torna qualquer outra marca “made in Portugal” menos competitiva, se analisarmos apenas o preço.
– Não podemos comparar o “made in Portugal” de uma marca grande com uma marca pequena, de quem está a começar, pelas razões que já referi;
– Apoiar o consumo português tem várias vantagens: estamos a apoiar a economia local, o sonho de quem está a começar uma nova aventura e, partimos do princípio, que a qualidade das peças é superior – há de tudo, cabe a cada uma de nós fazer essa selecção, experimentar, tocar nas peças e tomar uma decisão consciente para a nossa carteira;
– A qualidade de uma peça não tem apenas a ver com o tecido escolhido (apesar de sabermos, de antemão, que há tecidos mais nobres que outros, falei disso neste post), mas também temos que ter em conta a confecção da peça, os acabamentos, etc
Resumindo: antes de assumirem que a marca portuguesa X ou Y é demasiado cara, vejam de perto, toquem, perguntem… porque se uma peça for realmente de boa qualidade, se durar muito tempo, se for intemporal e se usarem muito, talvez não a passem a achar assim tão cara. Temos, cada vez mais, que pensar nas nossas roupas como um investimento e não comprar só porque sim. Deixar as compras impulsivas de lado (ou minimizá-las!) e ter cada vez mais consciência do que estamos a comprar, pelo bem da nossa carteira, do nosso guarda-roupa (uma peça versátil vamos usar mil vezes mais, em várias ocasiões) e também do planeta em que vivemos.
A imagem do post é da PAL Portugal, uma nova marca de chapéus de palha linda, para nós e para miúdos. Conheçam melhor a PAL aqui.
INSTAGRAM @styleitup