Depois de ver o programa da RTP – Linha da Frente na semana passada (onde a Xana fez a sua aparição toda nervosona ahah) achei que era interessante partilhar com vocês sobre este tema: o que andamos a vestir?
Não propriamente o estilo de roupa – o que nos fica bem ou nem por isso – mas os tecidos e a sua composição – preparem-se para uma aula básica aqui da Prof Margarida 😆
É muito comum comprarmos uma peça de roupa, reparamos no preço, no toque, mas não reparamos tanto na composição das peças.
Acredito que a maioria de vocês não repare nas etiquetas do material ou composição das peças que compra, mas é algo que tenho vindo a prestar mais atenção nos últimos tempos, com o objectivo de vestir peças de maior qualidade, que durem mais tempo.
O objetivo deste post é simples: ajudar-vos (assim como esta informação me ajudou) a entender se as peças servem para a finalidade que lhe pensam dar (se vão numa viagem de trabalho, quais são os materiais melhores para não se amarrotarem na mala de viagem, etc); como as devem manter impecáveis durante mais tempo; em que estação do ano a devem usar (para não passar frio nem morrer de calor) e se vale realmente o valor que as marcas pedem por ela.
Quantas vezes achamos que determinada peça é em seda e quando vamos espreitar a etiqueta (não é a etiqueta da marca, é aquela etiqueta interna, que normalmente está cosida de lado – a etiqueta mais simples que tem a informação sobre a composição do tecido e as dicas de lavagem, etc) a peça é 100% de tecido sintético?! É especialmente grave quando o preço reflete uma peça de um tecido mais nobre. Sendo direta: estamos a pagar muito por uma peça, cujo material é do mais barato que há. Isto não me parece justo!
Antes de começar, é importante fazer a distinção entre tecidos e a sua composição (fibras que compõem os tecidos). Por exemplo: uma malha (tecido) pode ter algodão, poliester e elastano na sua composição. A fibra é, nada mais nada menos, do que aquilo de que o tecido é feito.
Exemplo de tecidos: lã, organza, malha, renda, seda, sarja, veludo, camurça, etc.
Existem 3 tipos de fibras: as naturais, as sintéticas e as artificiais. Cada uma destas tem particularidades:
As fibras naturais são o algodão, o linho, a lã e a seda. Podem ser de origem animal ou vegetal. Normalmente são muito confortáveis, duram mais tempo, têm um bom toque, deixam a pele transpirar (não ficam com cheiros) e não aquecem demasiado. No entanto, algumas delas, amarrota-me muito facilmente. São as fibras mais nobres, aquelas mais anti-alérgicas e, normalmente, as mais caras.
As fibras sintéticas como o poliester, por exemplo, têm a vantagem de não se amarrotar tão facilmente, secam super rápido, mas não deixam pele respirar (por isso podem libertar mais odores) e mais facilmente criam borbotos. Peças com fibras sintéticas são perfeitas para quem não quer que a roupa se amarrote durante o dia (ou para levar numa viagem, sem stressar com roupa amarrotada). As fibras sintéticas são produzidas a partir do petróleo, por isso evito cada vez mais – vale a pena pensar na sustentabilidade – um tema que esteve tão em voga em 2018 e, ainda bem, continua a fazer parte dos hot topics de 2019.
As fibras artificiais, como a viscose ou o modal são produzidas em laboratório, não são consideradas sintéticas. São as mais frescas para usarmos nos dias quentes de verão.
Os tecidos feitos a partir das fibras naturais ou artificiais são os melhores para os dias quentes (Hello verão! Quem tem saudades??), mas também podem ser utilizadas no inverno, como a lã (a caxemira que é um tipo de lã) ou a pele (natural ou sintética) que têm uma composição diferente, por isso são mais adequadas para os dias mais frios.
As fibras podem ser misturadas entre elas – é o mais frequente! Por exemplo: a grande maioria dos vestidos confortáveis, mais baratos (bem, isto não necessariamente!) e que não se amarrotam são feitos em algodão, mas têm uma percentagem de poliester na sua composição também (40% algodão + 60% poliester, por exemplo)
Prestam atenção a este tipo de pormenores? Dão importância a tecidos melhores ou não querem saber, preferem simplesmente que seja suave ao toque, que não se amarrote, etc? Gostava de saber a vossa opinião também! 🙂
Gostavam que desenvolvesse mais este tema? Ou já me estiquei?
INSTAGRAM @styleitup
Procuro tecidos que não enruguem muito,por questões práticas.Mas,não gosto de poliester por, reter a transpiração ou seja,não é muito saudável para a pele e provoca mau odor.Nas crianças, detesto esses materiais pois, para além dos motivos anteriormente referidos,tenho pânico de que ardem com muita facilidade.Sim,é certamente uma paranóia de mãe mas,é uma realidade.
Especialmente na roupa das crianças, devemos mesmo evitar o poliester, pra evitar possíveis alergias.
Por aqui também, leio sempre as etiquetas. Para os miúdos só compro roupa de fibras naturais. Para mim também prefiro algodão para blusas e tshirts e lã merino ou cachemira pra camisolas, mas compro também as que têm mistura de fibras naturais e artificiais pois em certos casos têm bom toque e mantêm melhor aspeto por mais tempo. O que evito mesmo é o poliéster, nao é respiravel e acho super desconfortável. Gostei muito do post, é um tema muito interessante 🙂
Acho que faz muito bem! 🙂 Ainda bem que gostou do post, acho que faz falta mais este tipo de informação, que ninguém fala… é giro ver roupas giras e tal, mas acho que precisamos prestar mais atenção aos pormenores! Obrigada 🙂
Sim, especialmente se tivermos em conta o lado ecológico da questão: hoje em dia sabe-se que a lavagem de tecidos com fibras sintéticas provoca a libertação de micro plásticos para os oceanos (recentemente descobri que agora até há sacos de rede especiais para colocar a roupa para os conter). Devemos realmente prestar atenção aos pormenores e ter consciência das nossas opções. Obrigada por ter a preocupação de informar sobre estes assuntos 🙂
Completamente de acordo! 🙂 Acho cada vez mais importante repararmos nestes pormenores! Beijinhos
Olá Margarida, há anos que me habituei a ler etiquetas, a minha mãe fazia roupas bebe por isso andei mt á volta dos tecidos, malhas, etc. Queria dar só a minha opinião em relação á seda, sempre adorei camisas seda, mas fui reparando que por ser tão delicada, e mesmo lavando à mão com produto próprio, são peças que quase não me aguentam 1 ano, ou porque cedem nas zonas de fricção e então organza é super sensível. É mesmo um tema mt interessante, pois acho que muita gente compra pelo preço e não pela composição da peça. Óbvio que até com peças que se descrevem com boa composição, e de boas marcas (até para criança) podemos, e tenho tido, surpresas desagradáveis – Ultimamente tenho adorado Alpaca (tipo lã) os casacos são de uma textura diferente, mt resistentes e as camisolas com Alpaca tem aquela textura parecida com o Mohair – adoro. Ficava eternidades a falar deste assunto, mas não posso – vou deixar para a Margarida aprofundá lo ?? beijs
A maior parte das pessoas nem sabe o que está a comprar, confia plenamente na marca, sem reparar no material que as peças são feitas… a textura da Alpaca é maravilhosa! E sim, a seda é um tecido nobre, mas é preciso muito cuidado para tratar das peças – até duram, mas se forem realmente bem tratadas 🙂 Beijinhos