Empreender: sim ou não?

Há pessoas que gostam de se testar constantemente e aquelas que preferem não sair da zona de conforto. E não há um certo e um errado, ok?

Vou-vos contar um bocadinho da minha história.

Sempre fui muito independente e mesmo quando não era, já queria ser. Trabalhei durante a faculdade, para não ter que pedir aos meus pais dinheiro para um fim‑de‑semana fora, para aquela roupa que estava a namorar, jantar fora ou ir para os copos com as minhas amigas. Fui viver sozinha aos 21 ou 22 anos (assim que terminei a faculdade e o meu estágio fora). Fiz estágios sem fim (muitos deles não remunerados ou mal pagos até), porque queria ter uma visão mais abrangente da minha área (Marketing). Trabalhei em áreas tão diversas como Tecnologia, Grande Consumo, Sector Automóvel ou Indústria Farmacêutica.

Identifiquei-me mais com uns projetos do que outros, mas, essencialmente, eram as pessoas que faziam a diferença no dia-a-dia de trabalho (afinal, passamos mais tempo com os colegas de trabalho do que com a nossa família). E, no limite, a cultura de cada uma das empresas – não nos identificamos com todas e procurar uma empresa que reflita os nossos valores faz parte do processo (para mim sempre foi fundamental!). Tentei aprender o máximo em cada um destes trabalhos (o bom e o mau), mas havia uma área que gostava e que precisava de me inteirar mais, a área da moda, por isso tirava férias (ou fazia cursos em pós-laboral) para fazer formação nesta área, especificamente em Personal Styling e Consultoria de Imagem. Ainda fiz uma especialização em Marketing de Produtos e Serviços de Luxo, na Católica.

Depois de fazer as primeiras formações em Personal Styling e Consultoria de Imagem, o meu objetivo era abrir uma empresa de Consultoria de Imagem e começar a prestar esses serviços a clientes particulares (foi aqui que reencontrei a Cátia e lhe sugeri parceria para este projeto e, juntas, demos andamento à empresa de Consultoria de Imagem STYLE IT UP que mais tarde evoluiu para este blog). Essa empresa funcionava em pós-laboral e ao fim‑de‑semana, continuava com o meu trabalho “normal”.

Em 2012 resolvi dedicar toda a minha energia aqui ao blog e passou a ser a minha atividade principal, mas sempre com o objetivo de ter outro negócio paralelo (da mesma forma que nunca achei que pudesse viver de um hobby – foi assim que começou o blog – não sei até quando este projeto vai viver. Espero que muitos anos, porque adoro este espaço que criámos todas juntas aqui). Se me assustou um bocadinho essa decisão de largar um trabalho estável (com boas regalias na altura) e atirar-me de cabeça para algo que era incerto? Não digo que não, mas sou um bocadinho impulsiva nestas coisas e acredito que temos mesmo que fazer aquilo que nos dá prazer e se não nos dedicarmos completamente, nunca nada vai acontecer. Até pode não dar certo, mas se não tentarmos, é que não vai mesmo! Nunca tive medo de trabalhar (aliás, adoro trabalhar!), por isso se não desse certo, ía procurar outra coisa.

Em 2013 decidimos (a Cátia e eu) dar andamento a um projeto que estava na gaveta há algum tempo, os Beauty Awards Style it Up (este ano não aconteceu, dadas as circunstâncias que enfrentamos no momento, mas já conta com 6 edições de um verdadeiro sucesso). Os primeiros Prémios de Beleza levados a cabo por um blog.

Durante este tempo todo, ía apontando algumas ideias que me iam surgindo, cheguei até a começar um ou outro plano de negócios, mas nunca me senti nem pronta para dar o próximo passo e talvez nem acreditasse muito no propósito dessas ideias. Nunca vou saber ao certo, porque não arrisquei.

Há alguns meses (muitos, até!) comecei a pensar mais seriamente em qual poderia ser o meu negócio paralelo (não gosto de depender totalmente de uma fonte de rendimento, imaginem que não dá certo e preciso de ter um plano B) e comecei a delinear melhor o projeto de uma marca de roupa, hoje em dia a OH, MONDAY! Sempre fui consumidora atenta de moda e é uma área que gosto, consumo e me identifico e achei que podia trazer valor acrescentado com uma nova marca ao mercado. Se vai dar certo? Não sei, mas se não tentar nunca vou saber!

Porque é que vos estou a contar esta história agora?

Tenho a certeza que desse lado há outras mentes inquietas como a minha, que querem criar projetos (qualquer que seja a área) e, como toda a gente que o faz, tem medo de dar o primeiro passo.

Como disse no início, não acho que haja algum mal em não se sentirem assim. Somos todas diferentes e está tudo bem, desde que nos sintamos bem assim, ok? O objetivo desta partilha não é divulgar a minha marca (já o fiz noutros posts e, obviamente, vou continuar a fazê-lo, porque se a criei é porque acredito muito nela e quero, obviamente, dá-la a conhecer a todas as mulheres que se identifiquem – cada uma depois decide se faz sentido para ela ou não), mas sim incentivar-vos a investirem nos vossos projetos, nos vossos sonhos, sem grandes medos que não funcionem (claro que com um investimento calculado, não se ponham a ser megalómanas, ok? ahah). Se não der certo, vai ser, certamente, uma aprendizagem.

Estou a pensar abordar mais a fundo este tema do empreendedorismo, que é um tema que sempre gostei, mas nunca falei muito dele aqui.

Há algum tópico específico que gostassem que abordasse aqui? Contem-me aqui nos comentários 🙂

Beijinhos, Margarida

4 thoughts on “Empreender: sim ou não?

  1. Diana says:

    Olá Margarida,
    Sigo o blog há anos, mas duvido ter alguma vez feito um comentário. No entanto, hoje o que escreveu tocou-me particularmente. A minha família esteve sempre envolvida no sector do calçado, que saía sempre da nossa casa com o nome de outros estabelecimentos. Produzimos calçado à mão, em pele, cem por cento nacional, com a qualidade que caracteriza o calçado português. As nossas margens de lucro nunca foram grandes, e tenteram a decrescer ao longo do tempo; sempre me custou que a margem do estabelecimento fosse (quase infinitamente) superior. Sempre me conformei que cada um gere o seu negócio, e o nosso negócio estava assente naqueles moldes, e funcionava. Há uns meses atrás, e como muitos outros, o negócio sofreu uma queda abrupta de vendas e cancelamento de encomendas. O bicho que tinha cá dentro despertou, e juntámo-nos ao mundo digital com a nossa própria marca há duas semanas. Não aumentámos os preços. Tal como a Margarida disse, nós também não sabemos se vai dar certo, mas não baixámos os braços. No final, isso é muito importante na nossa consciência. Votos de muito sucesso na Oh, Monday!

    • Margarida says:

      Olá Diana! Acho que fizeram lindamente, se nunca tentarmos, nunca vamos saber se deu certo, é preciso arriscar! Adorava saber qual é a marca 🙂
      Não baixar os braços e trabalhar com todas as forças para que o nosso projeto dê certo é tão bom!! Desejo muito sucesso para a marca!
      Beijinho,
      Margarida

  2. Diana says:

    Muito obrigada! Estamos em processo de aprendizagem, mas juntámo-nos ao facebook e instagram como Litoral. (litoral.pt) É uma sensação indescritível ter embarcado num projeto assim: vamos dormir cansadas, não dormimos muito mas acordamos cheias de energia para mais um dia. 🙂
    Beijinhos
    Diana

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